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Hospitais Universitários oferecem tratamento para sequelas da covid-19

Por Raphael Gonçalves Neto em 29/08/2021 às 21:06:14

Depois de 29 dias internado, sendo 17 deles em coma e intubado, o motoboy Francisco José Lima finalmente conseguiu vencer a covid-19. Agora, em casa, ele trava uma nova luta: conseguir retomar a qualidade de vida que tinha antes da doença. Cansaço, dormĂȘncia nas pernas, mobilidade afetada e até complicações renais estão na lista de sequelas que a doença deixou em Francisco.

Para amenizar os sintomas pós-covid, Francisco estĂĄ em tratamento hĂĄ mais de um mĂȘs no Hospital UniversitĂĄrio de BrasĂ­lia (HUB). Segundo ele, o resultado jĂĄ começa a aparecer. "EstĂĄ melhorando bastante, tanto na parte fĂ­sica como na autoestima", diz.

O HUB tem um programa especĂ­fico para a reabilitação de pacientes com sequelas provocadas pelo novo coronavĂ­rus. São oito semanas de duração, com atividades presenciais duas vezes por semana. A parte presencial é realizada no ginĂĄsio da Unidade Multiprofissional e conta com musculação e exercĂ­cios aeróbicos com suporte de oxigĂȘnio, caso seja necessĂĄrio.

"O papel da atividade fĂ­sica e da fisioterapia na reabilitação desses pacientes é crucial", revela o fisioterapeuta do HUB, Dante Brasil.

Segundo ele, muitos pacientes chegam ao hospital precisando de oxigĂȘnio para fazer os exercĂ­cios e, conforme evoluem no tratamento, conseguem deixar o suporte respiratório de lado. "Eles tĂȘm melhorado nas avaliações que a gente faz: no teste de caminhada, no teste de esforço, na avaliação de dependĂȘncia funcional, então, o ganho é muito significativo", diz.

Entre outras consequĂȘncias deixadas pela covid-19 estão: dor nas articulações, falta de ar, ansiedade e depressão.

Em todo o Brasil, diversos hospitais universitĂĄrios tĂȘm oferecido tratamentos para os sintomas pós-covid.

No Recife, o Hospital das ClĂ­nicas de Pernambuco oferece ao paciente uma equipe multiprofissional que vai discutir o caso e montar um plano terapĂȘutico e de reabilitação. A equipe é formada por médicos, enfermeiros, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas e psicólogos. O objetivo é promover a reabilitação fĂ­sica, cognitiva e psicossocial do paciente, diz a médica intensivista do HC Renata Beltrão.

Em Cajazeiras (PB), o Hospital UniversitĂĄrio JĂșlio Bandeira tem uma equipe de fisioterapia é responsĂĄvel por um programa de reabilitação pulmonar que envolve técnicas de expansão do pulmão e remoção de secreção.

No Rio Grande do Sul, dois hospitais se destacam no atendimento às sequelas deixadas pelo novo coronavĂ­rus. O Hospital UniversitĂĄrio de Rio Grande conta com uma equipe de 22 profissionais nas especialidades de infectologia, clĂ­nica médica, reabilitação fĂ­sica e respiratória, psicologia, pneumologia, cardiologia, neurologia, nefrologia, pediatria e nutrição para ajudar os pacientes.

No Hospital Escola de Pelotas quem faz a avaliação clĂ­nica é um pneumologista. A partir de então, o paciente serĂĄ tratado por um pneumologista e fisiatra, além do atendimento multiprofissional de fisioterapia, terapia ocupacional, psicologia e educação fĂ­sica.

De acordo com a médica da familia Caroline Ristow, na maioria das vezes, o clĂ­nico é capaz de manejar as sequelas, solicitar exames quando necessĂĄrio e solicitar apoio de equipe multidisciplinar. "Em casos de sequelas mais graves, realizamos encaminhamento para o especialista, no SUS [Sistema Único de SaĂșde]", afirma.

AgĂȘncia Brasil


Fonte: AgĂȘncia Brasil

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