LAPEC

Versão final do relatório da CPI tem 81 pedidos de indiciamentos

Por Raphael Gonçalves Neto em 26/10/2021 às 20:40:01

Sessão para votação do relatório da CPI da Pandemia. - Marcelo Camargo/AgĂȘncia Brasil

Novos indiciamentos

Durante a apresentação dos novos pontos acatados após a leitura da primeira versão do texto, na semana passada, além de Heize, Renan incluiu mais 12 nomes. A relação, que foi fechada com 81 pedidos de indiciamento, tem entre os nomes o do presidente Jair Bolsonaro.

Entre as polĂȘmicas discutidas exaustivamente e acatadas pelo relator apenas minutos antes do inĂ­cio da reunião de hoje estĂĄ a inclusão do governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), e do ex-secretĂĄrio de SaĂșde Marcellus CampĂȘlo, pela crise da falta de oxigĂȘnio em Manaus no inĂ­cio deste ano.

Colega de partido de Renan, o lĂ­der do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM), que protocolou na CPI um adendo ao relatório com essas sugestões, chegou a ameaçar votar contra o texto caso esses nomes não constassem na lista. Com a questão pacificada, Braga desistiu do adendo. O governador amazonense é acusado pelos crimes de prevaricac?a?o; responsabilidade; contra a humanidade e de improbidade administrativa. No caso do ex-secretĂĄrio de SaĂșde, os crimes imputados a ele pelo emedebista são de falso testemunho, crime contra a humanidade e prevaricação.

Pelo Twitter, Wilson Lima reagiu. "Seu interesse [de Eduardo Braga] visa exclusivamente às eleições de 2022 e a razão da vida dele é tentar sabotar o meu governo, que vem fazendo mais em dois anos do que ele em 8. Deixa o trabalho falar, senador, e pare de picuinha", postou Lima.

Ainda na lista apresentada hoje estão Heitor Freire de Abreu, ex-coordenador do Centro de Coordenação de Operações do Ministério da SaĂșde; – Marcelo Bento Pires, assessor do Ministério da SaĂșde; Alex Lial Marinho, ex-coordenador de LogĂ­stica do Ministério da SaĂșde; Thiago Fernandes da Costa, assessor técnico do Ministério da SaĂșde; Hélcio Bruno de Almeida, presidente do Instituto Força Brasil; Regina Célia Oliveira, fiscal de contratos do Ministério da SaĂșde; Amilton Gomes de Paula, reverendo presidente da Secretaria Nacional de Assuntos HumanitĂĄrios (Senah); José Alves Filho, sócio da Vitamedic IndĂșstria FarmacĂȘutica Ltda.; Hélio Angotti Netto, secretĂĄrio de CiĂȘncia, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em SaĂșde, do Ministério da SaĂșde, e Antônio Jordão, presidente da Associação Médicos pela Vida.

Conforme jĂĄ havia sido apresentado, a lista traz ainda seis ministros ou ex-ministros do atual governo: Eduardo Pazuello, Marcelo Queiroga, Onyx Lorenzoni, Ernesto AraĂșjo, Wagner RosĂĄrio e Walter Braga Netto.

O relator também recomenda o indiciamento de trĂȘs filhos do presidente: o senador FlĂĄvio Bolsonaro (Patriota-RJ), o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). Entre os deputados federais, aparecem Bia Kicis (PSL-SP), Carla Zambelli (PSL-SP), Carlos Jordy (PSL-RJ), Osmar Terra (MDB-RS) e o lĂ­der do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR).

HĂĄ ainda integrantes do suposto gabinete paralelo, como a oncologista Nise Yamaguchi, e pessoas suspeitas de disseminar fake news. Entre elas, os empresĂĄrios Luciano Hang e Carlos Wizard.

Renan Calheiros também incluiu um novo capĂ­tulo sobre polĂ­tica externa do governo federal em pandemias, aprofundou os capĂ­tulos sobre a crise do Amazonas e sobre a população negra e sugeriu medidas para aumentar a transparĂȘncia.

No rol de propostas legislativas destacadas no parecer foi acrescentada a que regulamenta o crime de genocĂ­dio na legislação brasileira, além de dispor sobre a cooperação com o Tribunal Penal Internacional, de Haia.

Entre os acréscimos feitos na Ășltima semana no relatório final estĂĄ o registro da live do presidente Jair Bolsonaro do Ășltimo dia 21, retirada do ar pelo Instagram, Facebook e YouTube, em que ele relaciona a vacinação à aids e a proposta de banimento dele das redes sociais. A ação serĂĄ proposta pela Advocacia do Senado.

Para Renan Calheiros, a atuação da CPI deixou um legado antes mesmo de seu fim. O relator citou a abertura de investigações, sobre casos apontados pelo colegiado, no Ministério PĂșblico, no Tribunal de Contas da União (TCU), na Controladoria-Geral da União (CGU) e na AgĂȘncia Nacional de Vigilância SanitĂĄria (Anvisa), entre outros órgãos.

Sessão para votação do relatório da CPI da Pandemia.

Sessão para votação do relatório da CPI da Pandemia. - Marcelo Camargo/AgĂȘncia Brasil
Fonte: AgĂȘncia Brasil


Fonte: AgĂȘncia Brasil

Comunicar erro
Lapec

ComentĂĄrios