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Governo cria GT para discutir combate a discursos de ódio e extremismo

Por Raphael Gonçalves Neto em 22/02/2023 às 21:02:43

O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania institui um grupo de trabalho (GT) para apresentação de estratégias de combate ao discurso de ódio e ao extremismo e para a proposição de polĂ­ticas pĂșblicas em direitos humanos sobre o tema. A portaria foi publicada hoje (22) no DiĂĄrio Oficial da União e entra em vigor em 1Âș de março.

A ex-deputada federal Manuela DÂŽÁvila presidirĂĄ os trabalhos. Ela e outros 23 representantes da sociedade civil participarão do GT. O advogado e professor Camilo Onoda Caldas serĂĄ o relator. Também integrarão o grupo nomes como o do influenciador Felipe Neto e da antropóloga Débora Diniz.


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Os demais representantes da sociedade civil são: Christian Ingo Lenz Dunker; Esther Solano; Felippe Mendonça; Guilherme Stolle Paixão e Casarões; João Cezar de Castro Rocha; Isabela Oliveira Kalil; LetĂ­cia Maria Costa da Nobrega Cesarino; Dolores Aronovich Aguero; Lusmarina Campos Garcia; Magali do Nascimento Cunha; Marcos Xukuru; Michel Gherman; Nina Santos; PatrĂ­cia Campos Mello; Pedro Rodrigues Curi Hallal; Rosane da Silva Borges; Ricardo Campos; Ronilso Pacheco; Rosana Pinheiro-Machado; e Rodney William EugĂȘnio.

O grupo também serĂĄ composto por cinco representantes do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, sendo um da Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos; um da Secretaria Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+; um da Assessoria de Participação Social e Diversidade; um da Assessoria Especial de Comunicação Social; e um da Assessoria Especial de Educação e Cultura em Direitos Humanos.

Ainda serão convidados a participar do grupo de trabalho representantes da Secretaria de Comunicação Social da PresidĂȘncia da RepĂșblica, da Advocacia-Geral da União e dos ministérios da Educação; da Igualdade Racial; da Justiça e Segurança PĂșblica; das Mulheres; e dos Povos IndĂ­genas.

Os trabalhos terão duração de 180 dias, podendo ser prorrogados, e a participação dos representantes serĂĄ considerada prestação de serviço pĂșblico relevante, ou seja, não remunerada.

Repercussão

Alguns integrantes do grupo de trabalho manifestaram-se nas redes sociais. A antropóloga Rosana Pinheiro-Machado informou que estĂĄ disposta a colaborar para evitar a proliferação do ódio. "Ontem, inimigos do Estado. Hoje, juntos na luta do Ministério dos Direitos Humanos contra discurso de ódio. Obrigada pelo convite, ministro Silvio Lual. Farei meu melhor junto a esse grupo de colegas brilhantes com quem aprenderei muito", postou a pesquisadora, que estuda a consolidação dos discursos de extrema-direita na população.

Professor de Sociologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pesquisador do Centro de Estudos do Antissemitismo da Universidade Hebraica de Jerusalém, Michel Gherman elogiou a composição do grupo e classificou a iniciativa como necessĂĄria, no "momento importante e delicado da história recente do Brasil". "Junto com uma equipe de profissionais de excelĂȘncia, muitos também amigos de caminhada, pretendemos juntos propor polĂ­ticas pĂșblicas de combate ao ódio, à intolerância e ao fascismo que assolou o paĂ­s nos Ășltimos anos", escreveu Gherman.

Professor titular do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), Christian Dunker postou que o grupo serĂĄ uma "oportunidade de trabalharmos juntos contra esta forma de violĂȘncia". Nomeada para o GT, a professora e jornalista Rosane Borges informou à AgĂȘncia Brasil que teve de recusar o convite por causa de compromissos de trabalho.

Segundo a organização Safernet, que monitora crimes cibernéticos e atua pela segurança na internet, as denĂșncias por crimes de ódio na internet cresceram 67,7% em 2022. No ano passado, a Central Nacional de DenĂșncias de Crimes Cibernéticos da organização recebeu mais de 74 mil ocorrĂȘncias.

AgĂȘncia Brasil


Fonte: AgĂȘncia Brasil

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