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Hepatite B terá notificação compulsória para gestantes

Por Raphael Gonçalves Neto em 31/07/2024 às 22:45:37

O Ministério da SaĂșde informou que vai publicar em breve portaria que institui a notificação compulsória de infecção por hepatite B em gestantes e de crianças expostas à doença. Ambos os eventos, segundo a pasta, serão incluĂ­dos na Lista Nacional de Notificação Compulsória de Doenças, Agravos e Eventos de SaĂșde PĂșblica. Isso significa que profissionais de saĂșde de serviços pĂșblico e privado deverão comunicar obrigatoriamente os casos ao governo federal.

Em nota, o ministério destacou que a notificação de hepatite B em gestantes não é feita a cada gestação, mas uma Ășnica vez, no momento do diagnóstico da doença. Os casos notificados no paĂ­s, portanto, se referem a gestantes que obtiveram o diagnóstico durante a gestação. Em 2023, foram contabilizados 732 casos de hepatite B em gestantes no Brasil, o que leva a uma taxa de detecção de 0,3 caso por mil nascidos vivos.


JĂĄ em relação à transmissão vertical da hepatite B, que acontece da mãe para o bebĂȘ durante a gestação, ou no momento do parto, a pasta informou que observa um declĂ­nio da taxa de detecção em crianças menores de 5 anos ao longo dos Ășltimos anos. Em 2022, foram registrados 0,6 caso e, em 2023, 0,4 por 100 mil crianças menores de 5 anos. Ao todo, 65 crianças foram diagnosticadas com hepatite B em 2023 no Brasil.

Certificação

Ainda de acordo com o ministério, a hepatite B também foi incluĂ­da na certificação de eliminação da transmissão vertical de infecções e doenças no Brasil. Até então, a certificação incluĂ­a apenas HIV, sĂ­filis e doença de Chagas. A decisão teve como base critérios definidos pela Organização Mundial da SaĂșde (OMS) e pela Organização Pan-Americana da SaĂșde (Opas), "com adaptações para o contexto nacional".

"A certificação poderĂĄ ocorrer para uma dessas doenças ou, concomitantemente, para mais de uma delas, a depender dos indicadores locais", informou a pasta.

Este ano, além dos municĂ­pios, os estados puderam solicitar a certificação de eliminação, ou selos de boas prĂĄticas rumo à eliminação da transmissão vertical ao ministério. No total, 85 municĂ­pios enviaram relatórios com solicitação de certificação Ășnica, dupla ou tripla, sendo 68 para HIV, 33 para sĂ­filis e 26 para hepatite B.

"A visita aos municĂ­pios solicitantes deve ocorrer até agosto e a solenidade de certificação ou entrega de selos estĂĄ prevista para o inĂ­cio de dezembro", informou o ministério.

A doença

A hepatite B é um dos cinco tipos da doença existentes no Brasil. Entre 2000 e 2023, 36,8% dos casos confirmados de hepatites virais se referem à hepatite B. Trata-se da segunda maior causa de morte entre as hepatites virais, responsĂĄvel por 21,7% dos óbitos relacionados a esse tipo de doença entre 2000 e 2022.


Segundo o ministério, a maioria dos casos não apresenta sintomas e, muitas vezes, e a hepatite é diagnosticada décadas após a infecção, com sinais relacionados a outras doenças do fĂ­gado, como cansaço, tontura, enjoo, vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados.

A principal forma de prevenção é por meio da vacinação. A vacina para hepatite B, atualmente, é indicada para todas as pessoas que ainda não tenham sido imunizadas, independentemente da idade.

Gestantes e crianças

A investigação para hepatite B deve ser feita em todas as gestantes a partir do primeiro trimestre ou no inĂ­cio do pré-natal (primeira consulta), sendo que o exame pode ser feito por meio laboratorial e/ou testes rĂĄpidos. Para gestantes com resultado de teste rĂĄpido para hepatite B não reagente e sem história de vacinação prévia, recomenda-se a vacinação em trĂȘs doses.

Gestantes que apresentem resultado do teste rĂĄpido reagente para hepatite B devem complementar a avaliação com solicitação de exame especĂ­fico e carga viral de hepatite B. Caso confirmado o resultado, pode haver indicação de profilaxia com o medicamento tenofovir a partir do terceiro trimestre da gestação.

JĂĄ para crianças expostas à hepatite B durante a gestação, é recomendada a vacina e imunoglobulina para hepatite B, preferencialmente nas primeiras 24 horas após o parto. "Essas medidas, realizadas em conjunto, previnem a transmissão perinatal da hepatite B em mais de 90% dos recém-nascidos", destacou o ministério.

Fonte: AgĂȘncia Brasil


Fonte: AgĂȘncia Brasil

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