ARARUAMA - A vereadora Penha Bernardes (PL), candidata derrotada nas eleições municipais de prefeito de Araruama, pode ficar inelegível por 8 anos caso a Justiça Eleitoral acolha o pedido que o Ministério Público ajuizou nesta semana, em Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE).
De acordo com a promotora Isabel Kalmann, o PL cometeu abuso de poder econômico e propaganda eleitoral antecipada com objetivo de desequilibrar o pleito a seu favor.
O fato ocorreu, segundo o MP, em 20 de maio deste ano. Em um verdadeiro "ato de campanha", o partido anunciou a inauguração da sede de um diretório valendo-se de aluguéis de cinco ônibus para transporte de pessoas de diversos cantos do município para o ato, amplamente noticiado em um blog, o "Fala Araruama".
Para estranheza do Ministério Publico, a inauguração dessa sede, na Avenida Getúlio Vargas, no Centro, tem endereço diferente da real sede do partido, localizado na Avenida James Mendonça Clark. Além disso, tal evento, tornou-se um grande comício eleitoral com grandes caixas de som, música, palco, bandeira, discursos de apoio a pré-candidata e ampla exposição no local com o nome de Penha Bernardes. Além dos discursos, o evento foi marcado por uma grande motociata, todas adesivadas com um coração rosa - cor utilizada pela candidata.
"Isso aqui é só o início de uma nova onda que vai varrer Araruama até o dia 6 de outubro, na vitória de Penha Bernardes", discursou Sóstenes Cavalcante, deputado federal (PL).
Diante do ocorrido, o Ministério Público classificou a inauguração do suposto diretório de um "evento travestido como grande ato de campanha eleitoral", configurando assim "propaganda eleitoral antecipada", o que motivou o órgão de justiça a ingressar com uma representação por Propaganda Eleitoral concomitantemente a AIJE.
***Matéria do Jornal dos Municípios