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Estudo aborda transmissão de varíola dos macacos por superfície

Por Raphael Gonçalves Neto em 21/10/2022 às 07:55:41

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A possĂ­vel infecção de trabalhadoras da saĂșde por contato com superfĂ­cies infectadas pelo vĂ­rus da varĂ­ola dos macacos é tema de artigo que sinaliza os cuidados adicionais a serem adotados na prevenção da doença.

O texto, intitulado Possible Occupational Infection of Healthcare Workers with Monkeypox VĂ­rus, Brazil, serĂĄ publicado na edição de dezembro da revista cientĂ­fica Emerging Infectius Diseases, editada pelos Centers for Disease Control and Prevention (CDC).


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Além da Fiocruz Pernambuco e do Centro Estadual de Vigilância em SaĂșde do Rio Grande do Sul (Cevs/SES-RS), participaram da pesquisa trĂȘs universidades gaĂșchas (Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Universidade Federal de CiĂȘncias da SaĂșde de Porto Alegre e Universidade Feevale) e o Bernhard Nocht Institute for Tropical Medicine - National Reference Center for Tropical Infectious Diseases, de Hamburgo (Alemanha).

O estudo traz o caso de duas enfermeiras que desenvolveram a doença, cinco dias após atender um paciente em casa para coleta de material e diagnóstico de varĂ­ola dos macacos. "Os cuidados adotados nesse atendimento são detalhadamente descritos, mostrando que elas utilizaram todo equipamento de proteção - exceto as luvas - enquanto estavam no perĂ­odo inicial de entrevista, no quarto do paciente. Esse item de proteção só foi colocado no momento da coleta, após elas esterilizarem as mãos", diz o texto.

Pesquisador da Fiocruz Pernambuco, Gabriel Wallau conduziu o estudo ao lado do especialista em saĂșde do Cevs Richard Steiner Salvato. A conclusão dos autores é que as enfermeiras podem ter se contaminado pelo contato com superfĂ­cies infectadas da casa desse paciente, que se encontrava no pico de transmissão viral. Ou ainda, ao manusear a caixa de transporte das amostras, de inĂ­cio com as luvas infectadas e posteriormente sem luvas.

Segundo a Fiocruz, o estudo pode ser utilizado como referĂȘncia para a adoção de melhores prĂĄticas ao lidar com pacientes infectados com o vĂ­rus monkeypox. Os autores recomendam medidas de prevenção e bloqueio dessa rota de transmissão, que envolvem treinamento especĂ­fico para essa coleta, implementação de medidas de controle, higienização frequente das mãos e utilização correta de equipamentos de proteção individual (EPIs).

De acordo com os pesquisadores, o uso das luvas é recomendado durante todo o perĂ­odo de visita a pacientes, contato com pessoas suspeitas de estarem infectadas e com seu ambiente/objetos de uso pessoal. A higienização das superfĂ­cies com desinfetante efetivo contra outros patógenos (como norovĂ­rus, rotavĂ­rus e adenovĂ­rus) - antes e depois da interação com casos suspeitos - e a vacinação dos grupos de alto risco, incluindo os profissionais de saĂșde que atuam na linha de frente dessa doença, são outras medidas apontadas pelo grupo da pesquisa.

"Trazer à luz o evento de transmissão por meio de superfĂ­cie é importante para aprimorar as recomendações pĂșblicas voltadas para a proteção tanto dos profissionais de saĂșde que lidam diretamente com esses pacientes, como dos familiares e outras pessoas envolvidas nesse cuidado", disse, em nota, o pesquisador Gabriel Wallau.


Fonte: AgĂȘncia Brasil

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