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PEC da Transição é adiada por falta de consenso, diz relator

Por Raphael Gonçalves Neto em 23/11/2022 às 23:00:17

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A falta de consenso entre o governo eleito e o Congresso fez a apresentação do texto definitivo da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição ser adiada. Segundo o relator do projeto de lei do Orçamento de 2023, senador Marcelo Castro (MDB-PI), a versão final da PEC não serĂĄ divulgada nesta quarta-feira (23).

"Hoje não serĂĄ apresentado. Não foi formado consenso. Eu tenho defendido desde o inĂ­cio que nós gastemos nossas energias para o consenso", explicou o senador.


Segundo Castro, as negociações estão avançando, apesar de o consenso ainda não ter sido alcançado. "No Congresso, tem hora que parece que tudo estĂĄ fĂĄcil e outra hora tudo estĂĄ difĂ­cil. Hoje estamos no meio termo. A dificuldade é que estĂĄ faltando mais diĂĄlogo. Tem gente que fala que só aceita o Bolsa FamĂ­lia, outros aceitam mais. Eu tenho uma postura conservadora. Vamos excepcionalizar o Bolsa FamĂ­lia do teto e precisamos de um mĂ­nimo para recompor o Orçamento", declarou o senador.


A proposta protocolada na semana passada pelo vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, prevĂȘ a retirada de R$ 175 bilhões do teto de gastos para manter o Bolsa FamĂ­lia em R$ 600 e pagar um adicional de R$ 150 a famĂ­lias com crianças de até 6 anos. Além disso, o esboço da PEC prevĂȘ a exclusão de até R$ 23 bilhões do teto de gastos em arrecadação extraordinĂĄria, que seria destinado a investimentos (obras pĂșblicas e compra de equipamentos) federais, totalizando um custo de R$ 198 bilhões.

O relator do Orçamento disse que os técnicos do Senado recomendaram uma duração de pelo menos dois anos para a PEC. Segundo Castro, a ideia também é defendida por senadores de centro. Além disso, existem propostas protocoladas pelos senadores do PSDB Alessandro Vieira (SE) e Tasso Jereissati (PSDB), com impactos menores, de R$ 70 bilhões e R$ 80 bilhões, respectivamente.

Data

O senador não indicou uma nova data para a PEC ser apresentada, mas disse que isso precisa ser feito o mais rĂĄpido possĂ­vel para não comprometer a tramitação do Orçamento de 2023. Para Castro, o projeto atual é inexequĂ­vel e não tem dinheiro para programas bĂĄsicos.

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"É impensĂĄvel que 21 milhões de famĂ­lias que recebem hoje o auxĂ­lio [de R$ 600] voltem a receber R$ 400. Temos que contemplar isso aĂ­. Outro objetivo é a recomposição do Orçamento. O Orçamento que estĂĄ aqui é inexequĂ­vel. Não tem dinheiro para merenda escolar, para a farmĂĄcia popular", declarou.


Fonte: AgĂȘncia Brasil

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